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  Como já contei aqui no blogue, há algumas semanas estive na escola do meu filho e desenvolvi uma história em grupo. Pedi que formassem pares mistos, isto é, uma menina com um menino. As crianças, desde muito pequenas, têm tendência a agruparem-se por género, o que é perfeitamente normal para a idade. Contudo, este padrão perpetua até à vida adulta e mantém-se, em alguns casos, até sempre. Não é por acaso que se veem grupos de trabalho ou clubes constituídos apenas por homens ou apenas por mulheres. Sinceramente, não tenho paciência para grupos em que o critério é o género, prefiro pessoas e as suas ideias independentemente de serem homens ou mulheres. A igualdade de género alcança-se na mistura, a separação entre homens e mulheres fomenta as diferenças que já existem. Quando contei a uma mãe que lhes tinha pedido para se juntarem assim, perguntou-me se o objetivo era separar amigos. De todo, só me faltava. O objetivo foi que as crianças se habituem desde pequenas a saberem e aceita
  Na semana passada, houve três notícias que me prenderam a atenção, mais do que outras que apesar de serem piores, infelizmente não surpreendem. Duas dessas três foram positivas, falo do cheque livro para jovens e a proibição do uso de redes sociais até aos dezasseis anos pelo governo australiano. A outra notícia foi sobre a cor da capa do boletim de saúde. Hoje, escrevo sobre a escolha da cor da capa dos boletins de saúde que passariam a amarelo, cor apelidada como neutra, mas afinal, houve um retrocesso na decisão e mantém-se azul para menino e rosa para menina. Não me lembrava da cor do boletim de saúde do meu filho, não tinha ideia de o ver nem azul nem amarelo, por isso, fui ver. Está protegido por uma capa de uma marca de creme que tem como cor base o branco pincelado de azul, rosa e amarelo, por isso, uma marca que sabe agradar a todos. Levantei um bocadinho da capa e lá estava o azul. Mas, enfim, tal como um creme que serve tanto para pele de meninas como de meninos, o conte
  Já não sei onde pertenço, talvez já não pertença a parte nenhuma, e ainda não descobri se isso é bom ou nem por isso.
  Tenho um sulco entre os meus olhos a querer nascer desde domingo. Sim, talvez desde domingo. Sinto-o nascer e doí-me. Contrario-o, massajo-o com força, tento desfazer-lhe as raízes. Vou continuar a dar-lhe luta até me deixar em paz. Ana Gil Campos
  No início da semana, senti-me Cândida, protagonista do meu romance Correria dos Pássaros Presos. Não escrevo livros autobiográficos e acho que foi a primeira vez que me senti como uma personagem que criei, neste caso, ingénua por dar algo a alguém que não sabe receber. É preciso ser grande para saber dar, mas também é preciso ser grande para saber receber. Ana Gil Campos
  No sábado, foi o lançamento do meu livro Amanhã Será um Dia de Sol, em Lisboa. Foi uma festa bonita. Coloquei-me de parte, coloco-me sempre de parte em relação a eles, sou mero instrumento dos meus livros. Vi-os serem acolhidos, amados, a encherem os olhos dos outros de inquietação ou curiosidade. Foi bom vê-los vaidosos, a fazerem o seu caminho com tudo o que merecem. Ana Gil Campos
  Entrar numa loja Vista Alegre, no meio do shopping ou na rua, é entrar numa galeria de arte em que se pode tocar nas peças, sem distância obrigatória, e viver as histórias que contam.