Como já contei aqui no
blogue, há algumas semanas estive na escola do meu filho e desenvolvi uma
história em grupo. Pedi que formassem pares mistos, isto é, uma menina com um
menino. As crianças, desde muito pequenas, têm tendência a agruparem-se por
género, o que é perfeitamente normal para a idade. Contudo, este padrão perpetua
até à vida adulta e mantém-se, em alguns casos, até sempre. Não é por acaso que
se veem grupos de trabalho ou clubes constituídos apenas por homens ou apenas
por mulheres. Sinceramente, não tenho paciência para grupos em que o critério é
o género, prefiro pessoas e as suas ideias independentemente de serem homens ou
mulheres. A igualdade de género alcança-se na mistura, a separação entre homens
e mulheres fomenta as diferenças que já existem.
Quando contei a uma mãe
que lhes tinha pedido para se juntarem assim, perguntou-me se o objetivo era
separar amigos. De todo, só me faltava. O objetivo foi que as crianças se
habituem desde pequenas a saberem e aceitarem trabalhar com pessoas de género
diferente do seu, a respeitarem e valorizarem o trabalho do outro independentemente
do género.
Ana Gil Campos
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