Vento
Durante a noite, o vento
não parou de bater à janela do quarto com fúria. Soprou intenso, empurrava o vidro com
vontade de entrar de qualquer maneira. Dentro de casa estava tudo quieto, em
silêncio, menos eu que não conseguia adormecer atormentada por aquela força. As
ondas do mar agitadas, em rebuliço, a atropelarem-se umas às outras, conseguia
ouvi-las gigantes e poderosas a explodirem quase nas dunas. De manhã, nada
mudou, o vento tornou-se apenas mais discreto, mas continua a gritar por todo o
lado, a mostrar o seu poder. Lá fora, encontrei um vaso com uma árvore tombada
e a relva não tem sossego, é arrastada pelo vento na direção quer, mas, na sua aparência
frágil, mantém-se firme, presa à terra.
Ana Gil Campos
*Cadernos
Belo na simplicidade de muito dizer com escrita linda!! Gosteii !! Parabéns!! zé carlos.
ResponderEliminarObrigada :) AGC
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